quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Uma pequena homenagem...

 

Oi gente! Deixa eu me apresentar primeiro: Eu sou a Eugênia, cunhada da Ligia. Mas na verdade ela é BEM mais que minha cunhada. Ela é: amiga, confidente, madrinha do meu filho, madrinha de casamento, irmã que a vida me deu, cupido...

Bom, mas o motivo de estar me metendo aqui no Blog alheio não é para falar da importância da Liu na minha vida, porque isso  ela sabe, deixo bem claro sempre.

Queria falar muitas coisas hoje. Mas infelizmente não cabem aqui em apenas um post. Então eu queria fazer um resumão... Pode ser?

Instinto de Mãe...

Antes de ser mãe sempre me questionei sei teria esse tal desse sentimento. O que seria seguir esse instinto? Quando segui-lo? Muitas perguntas não tinham resposta. Até que eu conheci a verdadeira razão. A verdadeira resposta pra tudo que existia na minha vida...

E percebi que eu não tinha esse instinto antes de ser mãe. Ele passou a fazer parte de mim depois de conhecer meu filho...

Mas algumas pessoas NASCEM com esse instinto. Elas experimentam esse instinto diariamente... A Ligia é uma dessas pessoas que nasceu pra ser mãe. Que merece ser. E que vai ser.

Até me emociono quando a vejo cuidando de tudo e de todos de uma forma tão natural, maternal, forte e ao mesmo tempo doce...

Me questionei muito no começo de tudo “porque” uma pessoa como ela, uma pessoa que já é meio mãe de todos precisaria passar por uma luta para ser verdadeiramente mãe. Não me conformei. Briguei com Deus. Disse poucas e boas para Ele. Mas depois O escutei. Não em sonhos, não em visões. Mas o meu coração sente. Eu sei que teremos as respostas.

É difícil a gente ver alguém se DOAR de verdade. Ela se DOA. Coisa que só as mães fazem pelos filhos. Ela cuida. Ela resolve os problemas. Ela dá a vez. Ela faz renúncias. Tudo isso pelos outros: irmãos, marido, afilhado, amigas, etc.

O lado bom de nascer com esse instinto é que quando for usá-lo com o mais verdadeiro amor da vida dela nada precisará ser aprendido. Ela simplesmente saberá o que fazer, pois nasceu para isso.

Amiga, eu desejo do fundo do meu coração que Deus abençoe esse seu sonho tão LINDO e especial. O sonho de ter uma pessoa que em todo esse mundo seja SEU filho. E eu te digo: você é MUITO merecedora de toda essa alegria e esse amor sem fim. Tenho certeza que lá na frente estaremos comemorando essa vitória, juntos, felizes e com a mesma certeza no nosso coração: você nasceu pra isso!

Amo você!




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Doação de óvulos

Hoje este assunto me intriga muito... Eu fico aqui sofrendo, pensando em obter dinheiro para meu tratamento, outras mulheres sofrem aguardando uma fila de espera no SUS, e outras aguardam uma doadora de óvulos... Por que é tão difícil conseguir uma doadora de óvulos? Estou pensando sobre isso... A doação de óvulos não é como a doação de esperma, que o homem está em casa, vai até a clínica, colhe o sêmen num potinho e entrega para a clínica. Não! Com os óvulos é um pouquinho mais complicado... O método da captação dos óvulos é bem mais invasivo. Para produzir bastante óvulos, a mulher vai precisar usar hormônios desde o segundo dia do ciclo até quase a metade do ciclo, e passar por aquele processo de sedação, etc. Essa doação por altruísmo é muito rara. Acho que se existe, é porque essa mulher foi sensibilizada por algum caso de infertilidade próximo à ela. Não existe uma campanha grande... Nas clínicas, quando uma mulher está se submetendo ao processo de fertilização, só se fala nisso quando há dificuldade financeira reclamada pela mulher... É um assunto delicado. Ninguém vai chegar pra outra e ir perguntando "você aceita doar seus óvulos?" do nada! Mas gente isso pode ajudar muita gente! Se a mulher tem menos de 35 anos e é saudável, nossa... como os óvulos dela poderiam ajudar à essas mulheres que sonham com a maternidade e não tem óvulos! Agora, eu imagino que isso possa mexer com o psicológico de algumas pessoas... Mas sabe o que eu acho quando as pessoas pensam "nossa, mas não é estranho pensar que pode ter um filho meu no mundo??", eu respondo: - Não, não é estranho... Sensação estranha deve ser de ter tido um filho e abandonado, mas doar um óvulo que ganhará vida na barriga de outra mulher, cheia de amor pra dar... E essa criança viver sempre cercada de amor, desde o seu gesto de doar, a clínica que fez o contato, a futura mãe, pai, avós e etc... Não há nada estranho em ter um pouco do seu gene seu em uma pessoinha por aí que será filha de outra mulher. Você doará seu gene. E este ser não terá apenas o seu gene, apenas parte dele! Andei lendo sobre isso... O que descobri é muito bacana! Os filhos das mães receptoras são fisicamente semelhantes à ela! E sabe por que? Do ponto de vista genético, os genes são quase idênticos. As diferenças costumam vir da influência dos efeitos do ambiente para determinar como será o código genético. Ou seja, não é só o DNA o responsável pelas características do ser humano, além do óvulo, importará também o útero, a irrigação sanguínea, a nutrição da mãe que está com o bebê em desenvolvimento em sua barriga, o emocional desta mãe, etc. Tudo isto afeta o gene do embrião. Em resumo, uma criança nascida do útero de uma receptora será emocionalmente, fisicamente e psicologicamente diferente do que se a mesma criança fosse concebida no útero da doadora do óvulo. Um bebê concebido de um óvulo doado recebe as “instruções” sobre a expressão dos seus genes da mulher que o carrega. Em outras palavras, a mãe que gesta influencia o que a criança será e assim, em nível genético, é seu filho.


Talvez o maior mito que envolve a gravidez diz respeito ao fato de que o útero seria simplesmente uma incubadora, e não é! O aspecto mais importante de todas as gestações – incluindo a decorrente de doação de óvulos – é que o crescimento de cada célula do corpo do feto em desenvolvimento é construído a partir do corpo da mãe grávida. O tecido de revestimento do seu útero (o endométrio) irá contribuir para a formação da placenta. O feto usará proteínas de seu corpo; o feto usará seu cálcio, seus açúcares, nitratos e fluídos. Assim, você não é passiva neste processo. Portanto: a receptora determina como será seu filho. (Minha fonte, resumida: http://www.ipgo.com.br/os-filhos-das-maes-receptoras-2/). Depois que li esta matéria, vi que poderia haver mais doações de óvulos, porque tirando a parte da "invasão" de todo procedimento, não há o que se temer! Você não doa um embrião pronto... Doa apenas uma pequena parte e essencial para o nascimento de um ser. E que Deus abençoe as doadoras de óvulos!!! É um lindo gesto!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Enquanto esperava o resultado...

Foram dias difíceis... Ficava vivendo minha rotina, e esperando e esperando... Cheguei a fazer vários rascunhos de posts nessa época e não quis postar porque queria que aquele momento fosse muito preservado... Não estávamos contando pra quase ninguém por todos aqueles motivos que já desabafei aqui. Mas agora vou colocar aqui meus desabafos...

"É muito difícil a ansiedade após a FIV... O estranho é que a grande maioria das mulheres é muito esperançosa na primeira tentativa e mais temerosa nas seguintes após o fracasso de tentativas anteriores. Esta é minha primeira tentativa, mas confesso que estou muito receosa. Talvez porque eu já tenha experimentado o sentimento de acreditar e se frustrar quando fiz a inseminação. E acho que somado à isso, existe o fato que minha amiga ter feito e não ter dado certo. Eu tinha certeza que ela conseguiria. Ela é saudável, o problema é no marido, então é estranho imaginar porque não dá certo... É doloroso. Eu também fico gastando meu tempo livre na internet procurando depoimentos de quem tentou numa primeira vez e conseguiu e é muito difícil isso ter acontecido (ou pelo menos, não é fácil encontrar na internet), a maioria contam suas estórias de muitas tentativas... é desesperador. Procuro não ler mais."

"Peço tanto a Deus... Peço muito que ele me ajude... Ele sabe que é tudo que eu mais quero... Eu peço que Ele não me negue esse presente, essa benção..."

"Tenho que entender que ainda me restam alguns dias com a dúvida do sim ou do não... Posso ainda, por momentos, mesmo que não sejam longos para não serem sofridos, posso ainda acreditar que eles estejam aqui... Talvez tudo se acabe como num passe de mágica... Espero que não... Deus sabe o quanto. Não convém falar repetidas vezes. Mas o fato é que tenho que saber olhar minha angústia por um lado bom. Hoje é um sonho que pode ainda se realizar. E ao final da angústia, este sonho pode se acabar e não restar mais nada. E também pode se realizar, eu sei. Mas devo me preparar para o sofrimento. Porque com a boa notícia, eu nem preciso me preparar... Será a maior alegria do mundo... Um sonho... E ainda existe um sonho dentro de mim..."

"Estou no dia 11, sendo o dia 0 o dia da transferência dos embriões. Foram dias muito difíceis... Já vivi esperança e não esperança inúmeras vezes. O engraçado é que estou num estado bom de neutralidade. Eu não pensei que ficaria assim. Achei que eu com certeza teria muita confiança de que tudo daria certo, mas não. Quanto mais eu leio estórias de outras mulheres, menos esperança eu quero ter. Quero me manter neutra. Estou tão próxima de Deus esses dias... Mas nem por isso me encho de esperanças, pelo contrário. Estou próxima a Ele a ponto de ficar tranquila com o que ele tiver decidido pra mim... E estou assim. Aceito mesmo o que Ele quis pra mim. E se não for pra ser agora, continuarei lutando com certeza. Mas confesso que tenho medo. Às vezes me pego pensando no não... Viajo preocupada em como vai ser depois... Como serão meus próximos planos... E às vezes, viajo imaginando o positivo... por mais que sejam curtas viagens, é uma maravilhosa visão... sempre choro de felicidade nesse momento. E então eu páro, e apago esse pensamento porque tenho muito medo. Mas penso que estou preparada pra decisão de Deus. Vamos aguardar..."

"Sinto alguns poucos sintomas e tento não me apegar a nenhum deles... Tenho medo demais."

"O que será que o dia de hoje tem pro meu futuro? Será que fui abençoada?"
- Este foi no dia do meu Beta Hcg.

Bom, é assim a ansiedade quando fazemos uma FIV. Não é fácil. É por isso que não dá pra fazer uma atrás da outra. Abala não apenas o financeiro como o psicológico. Quando veio meu resultado negativo, eu achei que estava super preparada para aquilo. Mas foi muito ruim... A gente pergunta à Deus "por que comigo?"... A gente acha que não é justo... Mas isso é só no momento da dor. Tudo que vem pra gente tem uma razão de ser e a gente entende isso mais tarde... Mas na hora ocorre um luto. Um luto do(s) bebê(s) que poderia(m) estar ali... Um luto dos seus planos... o quartinho que já sonhava, as coisinhas que comprou porque a vontade era mais forte que você, a barriga que iria crescer, e aquele bebê que em breve estaria em seus braços... A gente começa a se sentir idiota por termos nos comportados como grávida durante a espera... Estivemos a andar mais devagar, subirmos menos escadas, nos alimentamos melhor, tomamos as vitaminas... Estivemos próximas da realização deste sonho e de repente, tudo desmorona...

A gente pensa que sabe o que é o melhor pra gente, mas quem sabe é Deus... E não era o meu momento. É por isso que precisamos de um tempo entre uma FIV e outra. O medo de uma nova decepção é muito grande. A gente precisa antes disso juntar os cacos, ficar forte outra vez... E lembrar de agradecer por termos chegado até ali. Muitas mulheres sofrem de infertilidade e não tem condições pra fazer um tratamento, ou o tratamento não chega tem à etapa de transferência... São tantas dores maiores que a nossa... Deus sabe o que faz. Temos que aprender a aceitar de verdade que o que a gente quer não é o que a gente merece... nesse momento.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Meu Procedimento de Fertilização In Vitro (FIV)

Gente, eu vou contar aqui como foi meu procedimento de fertilização in vitro (FIV). Vou contar passo-a-passo, dizer qual foi minha medicação e quanto foi gasto. Mas quero deixar uma coisa bem clara... essa é a minha estória. Mulher com endometriose, 32 anos, Fortaleza, marido saudável... Tudo isso deve ser levado em consideração. Nenhuma fertilização é igual à outra porque nós somos diferentes, respondemos diferente à medicação, vivemos situações diferentes, em lugares, clínicas e médicos diferentes... Enfim, tudo isso deve ser levado em consideração. Por exemplo, se o problema é no homem e a mulher é saudável... ela vai ter uma dosagem menor de medicação de indução porque ela responde melhor, entende? Pois é, é mais ou menos isso.
Fiz uma tabela com todo o procedimento e uma tabela de valores. Minha medicação foi toda com o programa Acesso. Espero que seja útil. às vezes eu procurava saber como foi o procedimento de outras pessoas na internet... Então fiz para vocês! Depois conto o psicológico de tudo isso em outro post!
TABELA DO PROCEDIMENTO

terça-feira, 5 de novembro de 2013

As verdades que as amigas com filhos deveriam saber

Lendo um post compartilhado numa rede social (http://chadebergamota.uol.com.br/2013/04/25/nove-verdades-que-os-amigos-sem-filhos-poderiam-saber/), eu resolvi criar "as verdades que as amigas com filhos deveriam saber". E elas deveriam saber ainda mais porque já viveram esse momento sem filhos. E as amigas sem filhos realmente nunca viveram a vida de ter filhos...
1. Deixem a gente dar opinião (mesmo que a gente fale besteira).
É só opinião, da mesma forma que a gente opina sobre mil outras situações que nunca vivemos na vida. Opinião é assim... a gente não sabe nada de nada, mas sempre tem uma!
Pra começar, a gente pisa em ovos com as amigas com filhos... A gente observa a opinião de uma, de outra, observa os resultados, e nunca sabe como conversar alguma "opinião" que formamos só com base em observações porque sabemos que não temos experiência nenhuma! O que temos é opinião. Sei o que as mães pensam, mas é absurdo elas não disfarçarem a cara de pouco caso com nossa opinião... Isso quando não falam algo mesmo, do tipo "você não sabe, você não é mãe"... (Isso dói no fundo da alma para uma "tentante"... É o tipo da frase DESNECESSÁRIA). E as mães sabem o quanto elas já morderam a língua com opiniões sobre isso ou aquilo antes de ter filho. É natural de vez em quando sair da nossa boca uma opinião do que acha legal ou não, até porque se não emitir qualquer opinião, vai ficar calada porque é o único assunto que existe depois da vida com filhos, e isso a gente já tenta entender...
2. Podem nos convidar para os programas com os filhos de vocês! (Especialmente se somos tentantes!)
Sim, a gente sente falta da amiga, mas entende ou tenta entender todas as ausências, atrasos, etc... Mas às vezes não entende porque ela não poderia entender que você gostaria sim de ser encaixada em algum momento, algum programa com seus filhos, até por querer conviver, que eles cresçam sabendo quem você é na vida na mãe deles, etc e tal.
3. As vezes a gente não vai decorar os acontecimentos e datas com o seu bebê!
Isso é natural... Nós nos interessamos mais por esses pequenos detalhes quando entramos na fase... É igual a casar... A gente começa a prestar atenção em todos os procedimentos, buffets, lojas, etc quando estamos organizando um casamento, mas antes disso a gente não presta muita atenção em nada disso. Da mesma forma que as mães não decoram direito nosso procedimentos de tratamento... Então, nos entendam... Não é porque a gente não ama o filho de vocês!
4. A gente ainda não tem jeito com crianças, mas a gente ama sim seu filho!
A gente se esforça pra brincar e tal, mas muitas vezes quando a criança não demonstra interesse, a gente também não pega muito, e tal. Muitas vezes porque a gente não tem jeito ainda, sabe? Eu, por exemplo, sou super tímida... Gosto de brincar mais com a criança quando estou à sós com ela... Essa coisa de fazer brincadeiras em voz alta e tal, pegar logo a criança pra dar uma volta... é mais natural quando a gente já é mãe... Por enquanto, entendam a nossa forma de amar.
5. A gente não some! A gente só está respeitando a fase de vocês...
Pois é. Já vi muita gente reclamar da solidão pós maternidade/paternidade. Mas quando nós não temos filhos ainda, nós não temos idéia de que bate essa "solidão" quanto à amizade... A gente acha que tem ali uma família feliz e bem resolvida, e que nem se lembra dos amigos. E digo mais, achamos que quando eles sentirem falta, eles vão nos ligar. É como se fosse o nosso momento de respeitar, porque afinal, não sabemos a hora certa de ligar pra conversar, ou para fazer um convite qualquer.
6. Da mesma forma que você não resolveu seus problemas antes de engravidar, eu também não!
Uma coisa muito interessante é que no mundo "mãe" - que entendo perfeitamente que seja outro mundo, totalmente diferente e lindo (e que eu sonho muito em fazer parte um dia), todo assunto é visto sob uma única perspectiva - ser mãe. Então, quando nas poucas vezes rolam assuntos fora da maternidade, falando sobre uma insônia, um trabalho que está muito puxado, uma reclamação do marido, um problema de saúde, etc, ou qualquer coisa do tipo, sempre escutamos "Amiga, pois veja logo isso antes de ser mãe, porque depois fica pior!". Ok. Entendo. Então, toda mãe estava com a vida perfeita e preparadíssima para a chegada de um filho, e só então virou mãe??? Não, né? Então, parem de fazer essas observações... :/

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O que NÃO dizer para quem sofre de infertilidade...

Poucas pessoas realmente entendem e sabem lidar com uma mulher que sofre de infertilidade... É difícil saber o que dizer... Porque não há o que dizer... Simplesmente é uma pena, um sofrimento... Acho que quando a gente desabafa, a gente só que alguém pra nos ouvir... Algumas situações não existem palavras de conforto. Só é preciso mostrar que está ali para o que for preciso. Sabemos que ninguém faz por mal... Mas este post pode ajudar para que algumas mulheres que passam por isso não sintam mais aquele nó na garganta, aperto no peito, ou simplesmente raiva... E para as pessoas que lidam com essas mulheres não as magoem sem sequer saber que as estão magoando. É um universo delicado. A situação que passamos já nos magoa por si só. Algumas frases só dão uma ajudinha pra esmagar ainda mais o que já está ferido. Tenho amigas que também estão tentando engravidar e também sabem que tem um problema e que para ter um filho passarão por um tratamento (ou não, vai depender de Deus...). Costumamos nos juntar e conversar sobre nossas angústias e principalmente sobre essas situações que vivemos com as cobranças, os conselhos, o apoio das pessoas à nossa volta... Passeando pela internet, eu já havia encontrado o blog da Flávia (http://www.flaviacalina.com/)... Eu adorei. Ela pensa muito parecido comigo em diversos aspectos. Outro dia, eu tava olhando e encontrei um vídeo dela sobre esse assunto. Adorei e resolvi postar aqui! É tudo que muita tentante quer dizer e não tem coragem! Beijos


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Inseminação Artificial

Só hoje resolvi contar minha experiência com Inseminação Artificial. Foi muito doloroso quando não deu certo e eu demorei muito pra querer falar sobre isso...
Bom, sempre gosto de resumir minha estória em toda postagem porque sempre há leitoras novas que estão lendo a primeira vez no blog. Eu tenho 32 anos, e tenho endometriose. Descobri em outubro de 2012. Descobri através de um mapeamento para endometriose. Levei o diagnóstico para meu médico, que disse que o melhor tratamento para mim era uma fertilização (e isso era tudo que eu temia ouvir no momento). Me indicou 3 doses de zoladex 3.6 e falou que se eu quisesse fazer a fertilização, o procurasse depois desses 3 meses. No fim de outubro já tomei minha primeira dose de zoladex. Mas eu ainda queria uma segunda opinião para meu tratamento para engravidar e então, troquei de médico. Adorei meu novo médico. Ele quis primeiro conhecer minha endometriose. Então, em novembro fiz uma video-laparoscopia, mas como já havia tomado a primeira dose de zoladex, então minha endometriose estava grau II, mas possivelmente era grau III. Ou seja, de leve a moderada. Agora, ele poderia afirmar com mais convicção um tratamento para mim. E continuou a indicar 3 doses do zoladex (out-nov-dez/2012) e então iniciaríamos as tentativas do tratamento para engravidar no fim de janeiro. Ele me aconselhou uma tentativa de Inseminação Artificial e caso não desse certo eu faria a Fertilização In Vitro. Eu me agarrei demais nessa chance! Tinha certeza que daria certo! Pensava assim "Minha endometriose não é das piores, ovulo direitinho, tá tudo certo com meu marido... então depois do tratamento, vamos fazer a inseminação e vai dar tudo certo!!!". Estava muito esperançosa! Eu realmente estava positiva.






E foi assim... Dia 27 de dezembro foi minha última dose de zoladex. Ou seja, em janeiro eu não ovularia. Refiz o exame CA125 no meio de janeiro e havia baixado muito (de 40,6 para 7,7). No fim de janeiro começamos a induzir a ovulação para fazer a I.A. Fiquei fazendo as aplicações de menopur. Mas dia 05 de fevereiro vimos pelo ultrassom que os folículos não haviam crescido e paramos por ali. Resolvemos esperar mesmo eu menstruar... Eu menstruei dia 19 de fevereiro, mas ele resolveu deixar este um ciclo natural, sem indutor, iríamos acompanhar, e nos dias de ovulação ter relação... Mas nos dias possíveis de ovulação,meu pai piorou do câncer e veio a falecer...
Dia 16 de março fiquei menstruada novamente, e comecei a medicação do 3º dia do ciclo. Usei Gonal 75UI nos seguintes dias do ciclo: 3, 5, 7, 9, 11. No 12º dia do ciclo fizemos um ultrassom. Neste dia usei o Ovidrel, e no 14º dia (29 de março) fizemos a inseminação! Fomos eu e meu marido para que ele colha o sêmen e o laboratório escolha os melhores. A inseminação em si é um procedimento simples, rápido e indolor... feito na clínica mesmo, como se fosse um exame de prevenção (observe a imagem. Fonte: http://absguedes.blogspot.com.br/2012/11/as-etapas-da-inseminacao-artificial.html). E foi isso. Fiquei alguns minutinhos de repouso e depois, vida normal. Rezando muito, esperançosa e conversando com minha barriga de vez em quando...



Dia 11 de abril - 14 dias após a inseminação, fizemos o exame beta Hcg. Horas depois, meu resultado saiu e meu mundo desabou... Chorei muito sozinha no banheiro do trabalho, e mais tarde, com meu marido. E alguns dias depois ainda chorava sozinha... Mas depois passa. Você respira fundo e segue para o próximo passo. Fertilização? Então, vamos lá! Como disse meu marido uma vez pra mim... "Se você tá numa guerra, então tem que lutar, então vamos pra cima!"

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Um grande encontro...

Há quase 4 meses, eu perdi meu pai. Ainda sofro muito. Mas o tempo ameniza a dor cada vez mais... Fico imaginando-o num lugar lindo e que ele está super bem com pessoas que o ama... Fico tentando imaginar quem o recebeu... Lembro da minha vó que o amava muito, mas ele também já havia perdido seu pai...como não convivi com meu avô, não sei como era a sua relação com meu pai... Bom, só sei que está bem acolhido, e que foi recebido com amor e carinho... e assim rezo para ser todos os dias. Sinto muito a sua falta. Mas muitas vezes, evito mesmo pensar e raciocinar que perdi mesmo meu pai. É por vezes inacreditável... Havia tanto por dizer, por fazer... Eu nunca esqueço uma coisa que li sobre o sentimento de perda e a descrição do que mais faz doer... E o que mais faz doer, são os sonhos não realizados... Tudo que ainda se sonhava em fazer com aquela pessoa... E isso é a mais pura verdade pra mim. Uma das coisas que eu imaginava era o dia que eu ia dar a notícia de que eu estava grávida, e tudo que curtiríamos juntos com meu filho (a). Imaginava que como avô ele ficaria mais próximo da gente... Ele já era avô do João, e isso já estava acontecendo aos poucos...

Mas o fato é que fico imaginando como são as coisas lá no Céu. E imagino os espíritos que ainda irão reencarnar, como meu filho que ainda não está neste mundo... E imagino os que já desencarnaram como meu pai... E penso, será que ele encontrou lá seu futuro neto (a)? Talvez meu filho estivesse lá ainda pra conversar alguma coisa com seu avô antes de encarnar, já que nessa vida eles não iriam se conhecer... E talvez estejam lá curtindo os últimos momentos juntos porque em breve meu filho vem pra cá!

Quando meu filho(a) chegar, contarei à ele sempre estórias do seu avô... Quero que ele entenda a pessoa maravilhosa e especial que meu pai foi. Quero que ele conheça sua própria estória. E ele faz parte, sempre.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Lados negativos da "torcida"

Nunca percebi o quanto seria ruim pra mim ter começado a desabafar com tantos amigos os meus planos de ser mãe... E acreditem: foi a pior coisa que fiz durante o processo "tentar ser mãe"! Pode ter certeza que a angústia com uma torcida tão enorme só aumenta, e isso atrapalha muito porque o psicológico é importante demais! Se houvesse a opção de apenas desabafar sem nunca ser questionada de como estão as coisas, como anda o tratamento, as "cercadas" para saber se está grávida... enfim, essas coisas todas que acontecem, então, não haveria problema! Sei que é natural perguntar, querer saber, se preocupar... é normal ser questionada, mas isso certamente irá te incomodar...pode acreditar!


Hoje eu sei que tenho uma doença chamada "endometriose". Eu sei que não é a pior coisa do mundo, mas uma coisa é certa: minhas chances são menores do que uma mulher totalmente saudável e não sei como e quando poderei ser mãe. Sendo assim, se torna muito chato ser questionada de como andam as coisas, etc. Chega! Não tô mais só "treinando" e não engravidarei mais a qualquer momento, então seria tão bom se as pessoas entendessem e parassem de querer saber! Eu optei por fazer um tratamento: inseminação artificial e não dando certo, fertilização in vitro. Ou seja, basta torcer por mim e quando acontecer, com certeza farei questão de dividir essa enorme alegria com todos os amigos! Mas enquanto nada está acontecendo, não é difícil imaginar as opções que estão acontecendo comigo: não estou grávida ou quero esperar um pouco mais para estar dividindo a notícia de uma gravidez mais segura, com risco menor de perder ou algo assim... O que pode ser feito, estou fazendo. Ninguém mais quer isso do que eu e meu marido. O processo é doloroso, então as pessoas deveriam dar espaço... Quando alguém está fazendo um tratamento para engravidar, ela mesma contará quando tiver novidades, mas dividir um processo de tentativas frustradas é realmente muito doloroso! Contar alegrias é bom demais, mas dividir angústia ou sofrimento com muitos não é nada agradável!


Uma pessoa muito querida uma vez me perguntou de uma maneira muito tranquila... "Como estão as coisas? Ou você prefere não falar sobre isso?"... Ah... Prefiro realmente não falar mais sobre isso.


Beijos à todos! E vamos continuar na luta! ;)